terça-feira, 1 de julho de 2008

São João no nordeste

Estava planejando essa viagem há mais de um ano. Escolhi Recife-PE para aproveitar bem minhas milhagens acumuladas, e que iam expirar em breve. Já tinha ido à cidade uma vez, há 12 anos, só que de ônibus. Dois dias e meio para ir, outros dois dias e meio para voltar. Coisas que a gente faz só quando é mais nova.
A cidade de Recife se enfeita toda no mês de junho, com bandeirinhas e balões em postos de gasolina, lojas, ruas, bares e terminais de ônibus, como na foto acima (terminal Santa Rita). Lá os festejos juninos existem de verdade, e não se restringem apenas às escolas. Muitas pessoas acendem fogueiras em frente às casas em homenagem a São João, na noite de 23 de junho. Porém, este ano, caiu um toró imenso em Recife, alagou tudo e acabou com a festa.

Recife, praia de Boa Viagem. O aviso do perigo de ataques de tubarão é constante.


Olinda-PE, a 10 km de Recife. Nessa loja de artesanato a gente entra pela janela e sai pela porta. Se está pensando em visitar a cidade, não deixe de comer "a melhor macaxeira do mundo" na Casa de Noca, próxima à ladeira da Misericórdia. Uma delícia. E vem um monte! Fiquei tão chocada com a magnitude da porção que esqueci de tirar foto. Sem brincadeira: o prato de macaxeira com carne de sol tinha bem uns 15 cm de altura.


Recife. Promoção imperdível: "Fale fiado e ganhe um não".


Olinda, perto do Mercado Eufrásio Barbosa. O bueiro imita um zíper. Esta vai para minha coleção de fotos de bueiros. rsrs


Recife antigo. Arte nas paredes: muitas pichações da região lembram xilogravuras.


Recife. Barraquinha que vende peixinhos em sacos plásticos e garrafas, perto do restaurante Leite, fundado em 1882. O restaurante não abre aos sábados. Adivinhe em que dia eu fui? Sim, sim, sem saber, fui num sábado, e dei de cara com a porta.


Caruaru-PE. Impossível trafegar na noite de São João (23 para 24 de junho) em alguns pontos do pátio de eventos Luiz Gonzaga (foto acima). Descobri que é melhor ir em outros dias de junho, mais tranquilos.
A famosa Feira de Caruaru é patrimônio cultural imaterial brasileiro. Eu sempre imaginei ir à feira, imortalizada por Luiz Gonzaga, e passear por entre ervas, bois, galinhas, cerâmicas e frutas exóticas. Metade do que imaginei não corresponde à realidade. Além disso, era feriado, e apenas as barracas de roupas de confecção estavam abertas.

Caruaru. Igrejinha no pátio Luiz Gonzaga: ela abençoa a zoeira logo abaixo.


Caruaru, Museu Mestre Vitalino, no Alto do Moura. Este na foto é Severino, filho de mestre Vitalino (1909-1963), artesão que criou um estilo peculiar de arte figurativa, típica da região. Bastante populares, os bonecos de barro retratam cenas do cotidiano sertanejo, e hoje são um ícone da arte do nordeste.
O Alto do Moura é considerado pela Unesco o maior centro de artes figurativas da América Latina. Lá, centenas de artesãos dedicam-se à cerâmica, em suas casas transformadas em ateliês-lojas.
Além do artesanato, a região tem outra especialidade: a carne de bode, nos restaurantes dispostos ao longo da rua do museu.


Caruaru, Museu Mestre Vitalino. O museu foi instalado na antiga casa do artesão, construída em 1959. Alguns objetos de uso pessoal estão expostos, além do forno à lenha em que o mestre fazia as queimas. Os objetos da casa são poucos e simples, o que leva a pensar que se pode viver com quase nada, e fazer muito.

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