domingo, 8 de julho de 2007

Volver



Depois de um filme leve, decidi assistir a um filme com mais pimenta: “Volver”, de Almodóvar.
Apesar de ter uma idéia do estilo almodovariano, a gente nunca sabe exatamente o que esperar de um filme dele: se cenas bizarras e chocantes, ou um fino humor negro. Porém, Volver é leve, como eu não esperava, com humor divertido sempre presente, cores fortes, e mulheres idem. Um filme essencialmente feminino, mais marcado pela sugestão do que pela exposição escancarada de assassinatos, estupros e incestos. Uma mistura de Hitchcock com sessão da tarde.
Na cidade espanhola de La Mancha há uma superstição de que lá o vento, que nunca pára de soprar, enlouquece as pessoas. Nesta pequena cidade dominada pelo sobrenatural nasceu Raimunda (Penélope Cruz), filha de Irene (Carmen Maura), irmã de Sole, mãe de Paula e amiga de Agustina. Essas cinco mulheres são a base do filme, enquanto os homens são os coadjuvantes que criam dramas e conflitos em suas vidas – a que elas sobrevivem. Vida e morte permeiam constantemente a trama, se mesclam e se confundem.
Volver se refere à volta de questões mal-resolvidas do passado de Raimunda, e se refere também, fora das telas, ao próprio diretor, pois La Mancha é a cidade natal de Almodóvar.

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Volver, 2006
Comédia dramática
Direção: Pedro Almodóvar
Espanha, 121 minutos

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